Sobre o filme
A 25a Mostra exibe a nova versão do clássico A Marca da Maldade (1958), de Orson Welles, cuja versão anterior havia sido adulterada pela Universal Pictures no final dos anos 50. Naquela época, os executivos do estúdio não gostaram do resultado final apresentado por Welles e reescreveram trechos, refilmaram cenas (usando o assistente Harry Keller, que passou a co-assinar a direção do filme) e reeditaram o filme, sem a presença de Welles. Ainda foram inseridas cenas com diálogos para explicar o que eles achavam não estar claro. Em comparação com a antiga versão, a nova metragem de A Marca da Maldade ganhou 15 minutos. Welles nunca entendeu por que a Universal se voltou contra seu filme e, depois de assistir à cópia reeditada, escreveu uma carta de 58 páginas, aceitando algumas mudanças, mas pedindo que outras fossem reconsideradas. Não foi ouvido, mas, 40 anos depois, a dupla Rick Schmidlin e Bob O’Neil encontrou a carta e resolveu remontar o filme seguindo as instruções de Welles, acrescentando as cenas que estavam nos arquivos da Universal. A nova montagem de A Marca da Maldade atende a todas as recomendações feitas por Orson Welles, que não foram seguidas pelos produtores na época do lançamento do filme, em 1958. A Marca da Maldade começa com um atentado que causa a morte de um milionário na fronteira do México com os Estados Unidos. O capitão Hank Quinlan (Orson Welles) assume as investigações. No entanto, como a bomba usada no crime fôra armada ainda em território mexicano, para evitar um incidente diplomático, o influente investigador Miguel Vargas (Heston) resolve acompanhar o caso, para desgosto do xenófobo Quinlan, que não “aprova” os mexicanos. Logo, Quinlan chega a um suspeito, o mexicano Sanchez _que se casara secretamente com a filha do milionário, possuindo, portanto, um motivo mais do que suficiente para ter cometido o crime. No entanto, o policial “planta” duas bananas de dinamite no apartamento do sujeito para incriminá-lo, o que revolta o honesto Vargas. Um conflito se estabelece entre ele e Quinlan, que acaba se unindo à máfia local no intuito de destruir a reputação de seu novo inimigo.
Título original: Touch of Evil
Ano: 1958
Duração: 112 minutos
País: Estados Unidos
Cor: preto-e-branco
Direção: ORSON WELLES
Roteiro: Whit Masterson (autor do romance “Badge of Evil”), Paul Monash e Orson Welles
Fotografia: Russel Metty
Montagem: Edward Curtiss, Aaron Stell, Virgil Vogel e Walter Murch (nova versão)
Elenco: Orson Welles, Charlton Heston, Janet Leigh, Joseph Cotten, Zsa Zsa Gabor
Produtor: Albert Zugsmith e Rick Schmidlin (nova versão)
Edições: 25