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Um homem, uma mulher, um quarto de hotel barato, um jogo sem regras, uma única noite. Um não sabe quem é o outro e, por isso mesmo, cada um pode ser o que quiser. Maduro e desiludido, ele paga uma prostituta apenas para ouvi-lo. A noite passa, e os dois expressam fantasias e sentimentos, dividindo momentos de euforia e tristeza e discutindo o sentido do amor. "Afinal, o que a gente faz com tudo isso?", é a pergunta que ambos lançam no ar. Esta, porém, pode ficar sem resposta, assim como a grande questão sobre a natureza do amor. Adaptação da peça A Dama da Lapa, de Marcelo Pedreira, é um drama existencial e claustrofóbico, com diálogos tortuosos e embates sexuais que dominam a cena. Segue a tradição intimista e sensual dos filmes Eu Te Amo (1980) e Eu Sei que Vou Te Amar (1984), ambos de Arnaldo Jabor. A fotografia do novato Lula Carvalho, filho do mestre Walter Carvalho, é decisiva para definir a emoção e o espaço do enredo.